29 janeiro 2008

Paranoid Park: o retrato de uma certa juventude apática

[Notícia-TAGV]


PARANOID PARK , de Gus Van Sant
[EUA/FRA, 2007, 85’, M/12]
PORCA MISÉRIA, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel
[Portugal, 2007, 4'10'', M/3]
TAGV, 4 DE FEVEREIRO DE 2008, 21h30m
Nova Programação de Cinema no TAGV

Alex, um jovem skater, mata acidentalmente um segurança perto de um parque de skate de Portland com má-reputação, o Paranoid Park. O rapaz decide não contar a ninguém, mas o dilema moral persegue-o. Realizado por Gus Van Sant ("Elephant", "Last Days"), "Paranoid Park" é uma nova viagem ao universo da adolescência. Baseado no livro de Blake Nelson, conta com excelente fotografia de Christopher Doyle (colaborador habitual de Wong Kar-Wai).

Em complemento é exibida a curta-metragem de animação “Porca Miséria”, realizada por Joaquim Pinto e Nuno Leonel, que conta a história de um porquinho de porcelana de origem francesa…

28 janeiro 2008

Love Will Tear Us Apart

[Notícia-TAGV]



CONTROL, de Anton Corbijn
[Austrália/EUA/GB/Japão, 2007, Preto e Branco, 121’, M/16]
TAGV, 28 de Janeiro de 2008, 21h30m
Nova Programação de Cinema no TAGV

No dia 18 de Maio de 1980, Ian Curtis, o vocalista da banda Joy Division, suicidou-se. Quase três décadas mais tarde, o fotógrafo e realizador holandês Anton Corbijn arriscou contar a história da sua vida, correndo o tremendo risco de revolver o passado de uma personagem que, com o passar dos anos, ganhou um estatuto muito particular. Baseando-se na biografia assinada pela viúva Deborah Curtis (publicada em Portugal, pela Assírio & Alvim, como «Carícias Distantes»), «Control» preocupa-se mais com o homem que com a música que nos deixou e o mito que ambos depois geraram.

O filme mostra rara sobriedade numa evocação que, mesmo elegíaca, não se perde numa divinização exacerbada do mito. Ian Curtis é, aqui, um homem normal. Atormentado, divido, perdido. Mas incrivelmente normal. E talvez por isso, sem a patine de glamour e exagero que muitas vezes acompanha os mitos, o Ian Curtis de «Control» é arrepiantemente real.
Nuno Galopim, DN

27 janeiro 2008

Emmanuel Nunes, Das Märchen (25 Jan 2008)

[Arquivo-TAGV]

Emmanuel Nunes, Das Märchen, 25 de Janeiro 2008, TAGV. Transmissão em directo do Teatro Nacional de São Carlos. Foto (c) TNSC.

O curioso no caso da ópera de Emmanuel Nunes (transmitida em directo também para o auditório do TAGV a 25 de Janeiro) é que quase toda a recepção crítica dos últimos dias se tenha deslocado para a legitimidade da sua apresentação enquanto projecto financiado publicamente e para os factos de gestão cultural e artística que determinaram a sua encomenda. A rejeição da estética ircamiana, e o conservadorismo que desde sempre caracterizou a recepção crítica em Portugal das estéticas musicais herdeiras do atonalismo, do dodecafonismo, do serialismo e da música electro-acústica pode assim camuflar-se de defesa do interesse público contra a megalomania artística e, em particular, contra a megalomania anti-público da «música difícil para os ouvidos».

Pedro Boléo, por exemplo, na sua crítica à ópera Das Märchen, publicada na edição de hoje do Público, sublinha a contradição entre a ideologia romântica da autonomia da arte e a natureza social e económica da produção artística - particularmente inegável na produção de uma ópera, cujo modo colectivo de produção remete para o sistema social que sustém esta forma específica de comunicação artística. No entanto, não há no simbolismo do texto, da encenação e da música qualquer afirmação ou hipóstase dessa autonomia do acto criador singular ou genial. Trata-se apenas de mobilizar retoricamente aquela contradição para, de forma totalmente apriorística, deslocar a atenção dos dispositivos cénicos e musicais internos à obra para o contexto político de produção e recepção da ópera de Emmanuel Nunes. «Depende do Estado, de patrocinadores que mexem em muito dinheiro (por exemplo o BCP) e de várias instituições culturais.» Pois depende. Mas disso dependem todas as outras produções do TNSC. Este estratagema retórico, bem entendido, funcionaria para qualquer outra produção.

«Mas já não estamos no fim do século XVIII», escreve Pedro Boléo. Pois não. E isso mesmo deveria ser evidente para o recenseador, que ilude quase inteiramente o seu objecto. Nada na sua recensão indicia que deu a devida atenção à estrutura musical da peça, à relação entre conteúdo musical e conteúdo dramático, ao conto de Goethe ou sequer aos múltiplos simbolismos do texto e da encenação - a não ser para dar conta da sua perplexidade. Esta perplexidade, no entanto, não pode deixar de reflectir também a insuficiência dos instrumentos críticos de que dispõe o recenseador e o contexto institucional a partir do qual produz a sua crítica. Outra contradição deve ser trazida ao de cima para se compreender este modo de recepção de uma obra escrita e encenada numa linguagem musical, cenográfica e coreográfica contemporânea: a contradição entre a produção e a recepção no que diz respeito aos códigos artísticos contemporâneos, que se manifesta em todas as instâncias de mediação - nas escolas, na rádio, na televisão, na imprensa geral e, pelos vistos, até mesmo na crítica especializada.

Que Goethe tenha escrito que a imaginação "não se prende a nenhum objecto" ou "que não faz quaisquer planos, não escolhe nenhum caminho" aponta antes num outro sentido: no sentido da liberdade associativa que permite a recombinação dos símbolos e dos sons e dos dispositivos cénicos para produzir novas obras. E é essa recombinação, na transcodificação que opera sobre os símbolos e formas de que parte, que deveria ter merecido a atenção de quem se dispôs a ver e ouvir a obra de Emmanuel Nunes. Mas é isso que alguns dos que escrevem sobre a obra parecem incapazes de fazer, preocupados em diminuir o que lhes é menos familiar, com motivos extrínsecos, para justificar o preconceito de quem não se dispõe a conhecer o suficiente para estar à altura da interpelação. O excesso de símbolos e o excesso de codificação cénica não farão parte da obra? E a sua natureza pós-moderna não estará antes na contradição entre a natureza anti-representacional do código musical ircamiano e a representabilidade narrativa e alegórica, características da ópera pós-romântica? Por outras palavras: a produção de coerência narrativa e simbólica, conseguida pela língua e pela encenação, não contradiz as recorrências fragmentárias das texturas musicais? Talvez a partir de aqui se pudesse pensar a obra Das Märchen não como um exemplo da auto-contradição do dogma da arte pura ou da arte total, mas simplesmente como uma obra. Como mais uma obra.
MP

25 janeiro 2008

Ruídos e silêncios, algures no espaço e no tempo (24 Jan 2008)

[Arquivo-TAGV]


Mika Vainio no TAGV. Ciclo Senses 2. 24.01.08. Fotos de Celestino Gomes.

Andar Nas Nuvens (23 Jan 2008)

[Arquivo-TAGV]





Andar Nas Nuvens, adaptação livre a partir de um conto de Mario Lamo Jimenéz “Un Viaje al País de las Nubles”. Produção Trigo Limpo/Teatro Acert, com texto e encenação de José Rui Martins. Cumplicidade artística: Teatro e Marionetas de Mandrágora. Interpretação de José Rosa, Raquel Costa, Ruy Malheiro e Sandra Santos. Fotos de Celestino Gomes.

23 janeiro 2008

Teatro e Cenografia: novo ciclo TAGV (Fev e Mai 2008)

[Notícia-TAGV]

Manuel Aires Mateus, cenografia de «Turismo Infinito», de António M. Feijó, a partir de textos de Fernando Pessoa, com encenação de Ricardo Pais. Foto de João Tuna. © João Tuna (cortesia do Teatro Nacional São João).

Se o teatro se faz tendo o mundo como pano de fundo, como tão bem exercitaram os gregos, poderemos inferir que o teatro se faz sobre a vida, isto é a partir da vida, reinventando a vida, ou antecipando a vida. Mas ao arrebatador despojamento grego podemos contrapor o trabalho dos cenógrafos em exercícios mais ou menos discretos, mas estruturais para a construção de qualquer representação. E é uma visão do teatro a partir da cenografia que aqui propomos iniciar.

Ao materializar espaços imaginários sobre o palco, a cenografia é um dos instrumentos da teatralidade, isto é, um dos dispositivos sígnicos que torna possível aos objectos e aos espaços serem e significaram ao mesmo tempo. É na interacção com as palavras, com os corpos dos actores, com as luzes e com os sons que a linguagem cenográfica se revela como componente essencial das artes cénicas. Na medida em que projecta, por sugestão e metonímia, um espaço que a transcende, ou, pelo contrário, se constitui como metáfora total capaz de enclausurar as personagens, a cenografia circunscreve esses lugares imaginários. Sendo um modo de ler o texto, é também um modo de reescrevê-lo. Nesse espaço exterior à personagem projecta-se então o seu espaço interior. A cenografia enquanto linguagem teatral pode ser pensada como problema arquitectónico. Este pequeno ciclo, que terá continuidade em futuras temporadas, tem como objectivo mostrar, de forma exemplificativa, a cenografia contemporânea.
Carlos Antunes
Manuel Portela

Calendarização
Manuel Aires Mateus, de 7 a 29 de Fevereiro, cenografia de «Turismo Infinito», de António M. Feijó, a partir de Fernando Pessoa (TNSJ, 2007)
João Mendes Ribeiro, de 6 a 31 de Maio, cenografia de «D. João», de Molière (TNSJ, 2006)

14 janeiro 2008

Comédia negra à volta de um morto

[Notícia-Tagv]

MORTE NUM FUNERAL, de Frank Oz
[Reino Unido, Alemanha, EUA, 2007, 90´, M/12]
TAGV, 21.01.2008, 21h30
Nova Programação de Cinema no TAGV

A morte do patriarca de uma família é o mote obrigatório para uma cerimónia fúnebre na casa de Daniel (Matthew Macfadyen), um dos filhos do falecido. Este, acompanhado da sua esposa Jane (Keeley Hawes), recebe um grupo de convidados para prestarem uma última homenagem. O que não estariam à espera é que o funeral se tornasse numa enorme confusão, com droga, homossexualidade, rivalidades e anões...

Um bom argumento e uma realização que confirma que Oz está naquele ambiente que lhe potencia as qualidades (humor tipicamente britânico), num filme que, por momentos, enterra os imbecis contentores de comédias adolescentes e se revela uma lufada de ar fresco (…).
Ricardo Clara, antestreia.blogspot.com

10 janeiro 2008

Moartea Domnului Lazarescu

[Notícia-TAGV]



A MORTE DO SR. LAZARESCU, de Cristi Puiu
[Roménia, 2005, 153’, M/12]
TAGV, 14.01.2008, 21h30
Nova Programação de Cinema no TAGV

«“A Morte do Sr. Lazarescu” são duas horas e meia de calvário que nos deixa a garganta progressivamente apertada, contando de modo hiper-realista e progressivamente mais perturbante as últimas horas da vida de uma velhote alcoólico que todos acham que está bêbado e a curar uma ressaca. Começa como comédia negra kafkiana e acaba numa solidão de gelar o sangue. Depois deste filme, as urgências dos hospitais nunca mais vão parecer as mesmas».
Jorge Mourinha, Público

"A Morte do Sr. Lazarescu", segunda longa-metragem de Cristi Puiu marca o início das "Seis Histórias dos Subúrbios de Bucareste", uma série de filmes sobre o amor pelo próximo.

“A guerra” de Joaquim Furtado

[Recorte-TAGV]


Entre livros recomendados e outros muito pouco, o Mensário de Actualidade Editorial do TAGV recebeu Joaquim Furtado. O jornalista falou da “guerra” e dos momentos que lhe marcaram a carreira.

Era a primeira sessão de 2008 e prometia uma possível revista pelo universo editorial do ano que agora findou. Mas, mesmo sem revista, ainda que com recomendações - umas que sim, outras que nem por isso -, o Mensário de Actualidade Editorial do TAGV “Os livros ardem mal” ofereceu, segunda-feira [07.01.2008] , aos que fizeram questão de lhe dedicar um par de horas do seu dia um excelente fim de tarde.

A conversa com Joaquim Furtado apresentou-se com um interesse que foi muito para lá da “guerra” que lhe esteve na origem e acabou por revelar a todos os não conhecem do jornalista mais que a sua imagem televisiva um dos grandes profissionais do cada vez mais débil universo jornalístico português, em áreas como a reportagem.

Conversa introduzida, convém dizer em abono da verdade, por alguns prazenteiros momentos de crítica (literária), ora mais satírica, ora mais certeira, e oferecidos ao público que lotava quase por completo a mancha de cadeiras agrupadas no espaço de café-teatro do TAGV por António Apolinário Lourenço, Luís Quintais, Osvaldo Manuel Silvestre e Rui Bebiano, os quatro académicos em especialidades como a Literatura, a Antropologia e a História que fazem o painel habitual do Mensário de Actualidade Editorial, uma co-organização com o Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra.

Do universo de apreciações - entre as que foi possível presenciar -, três a reter: duas pela positiva - as mais recentes publicações de Gonçalo M. Tavares e de Jacinto Lucas Pires, vivamente recomendadas por Luís Quintais -, e uma terceira pela razão inversa - a tentativa de Maria Filomena Mónica - pelos vistos e pelo que foi possível ouvir mesmo muito mal conseguida - de fazer uma abordagem crítica à obra poética de Cesário Verde. Esta trazida pela opinião avalizada de António Apolinário Lourenço. Encerrado o capítulo crítico, a conversa entrou pelo universo complexo, imenso e controverso da “Guerra”, o mais recente trabalho televisivo de Joaquim Furtado, de que a RTP acabou de exibir uma primeira parte.

Confessando a sua estranheza pela “polémica” gerada à volta da denominação da guerra - colonial, do ultramar, de libertação - que pretendeu dar a conhecer a um universo alargado de espectadores num todo no qual nunca antes tinha sido apresentada, o jornalista disse depois entender tal realidade como um reflexo directo dos diversos campos nos quais o conflito se fez, mas também do muito que continua por “resolver” nessa matéria, “mesmo para os académicos”, como depois acabaria por confirmar Rui Bebiano, ele próprio historiador.

Mas a “guerra” de Joaquim Furtado, aquela que quis levar ao pequeno ecrã para, assim, chegar ao maior número possível de interlocutores custou-lhe um esforço quase titânico: mais de 400 pessoas contactadas para mais de 200 entrevistas realizadas, com 600 horas de gravação... Além, naturalmente, das horas, dias, meses mergulhado num imenso acervo de arquivo que teve de ser visionado, escolhido, acertado. Em todo o processo, material verdadeiramente novo, como confessou Joaquim Furtado, apenas dois ou três filmes cedidos por alguns protagonistas ou, caso tão simples quanto extraordinário, a imagem e o som que foi possível juntar num mesmo documento, vindos um do arquivo da RTP e o outro do arquivo da RDP.

O mais da conversa girou à volta da “voz do 25 de Abril” em que Joaquim Furtado se viu transformado pela força do destino, que o quis no estúdio onde os militares do MFA o foram encontrar naquele primeiro dia da Primavera da democracia portuguesa. Ou então aquele outro, longe da Primavera democrática, em que acabou por escapar mais ou menos ileso a um atentado na selva da Nicarágua, quando se preparava para registar a história tecida pelos sandinistas e os contra que os combatiam.
Lídia Pereira, As Beiras, 10 de Janeiro de 2008.

09 janeiro 2008

Teatro e Arquitectura [08.01.2008]

[Recorte-TAGV]

Uma exposição e uma conversa inteiramente dedicadas à requalificação do Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho, abre hoje o ciclo “Teatro e Arquitectura”, no TAGV.

Num mês em que se torna evidente a produção própria a enformar a sua programação, o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, estreia um novo ciclo a que chamou “Teatro e Arquitectura”. O ciclo de exposições, conferências e visitas às obras tem concepção e programação de Carlos Antunes e Manuel Portela, respectivamente assessor e director da sala da Universidade de Coimbra, e inicia-se hoje mesmo com um programa dedicado à requalificação recente e reconhecida do Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho, assinada por José António Bandeirinha. Irão seguir-se o Teatro Municipal da Guarda, o Teatro Municipal de Almada e o Centro Cultural do Cartaxo.

A inauguração da exposição relativa ao processo de requalificação do Teatro Esther de Carvalho está agendada para esta tarde, às 18H00, no café-teatro do TAGV, seguida de uma conversa com a presença do arquitecto José António Bandeirinha e de Vasco Neves, um dos responsáveis do Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho (CITEC). No próximo dia 26, às 15H00, terá lugar uma visita guiada ao Teatro Esther de Carvalho pelo arquitecto José António Bandeirinha.

De acordo com a informação facultada pelo TAGV, a exposição ficará patente no café-teatro até ao próximo dia 29, de segunda a sexta-feira, entre as 10H00 e as 12H30 e das 14H00 às 22H00, e ao sábado, das 14H00 às 22H00.

Para José António Bandeirinha, o projecto de requalificação do edifício – que resultou da adaptação para teatro de uma antiga capela durante a segunda metade do século XIX – acabou por se ajustar “à necessidade premente de conservar o espaço do Teatro Esther de Carvalho, aproveitando o ensejo das obras de conservação para o dotar de novas condições de conforto e, sobretudo, de segurança”.

Quanto ao ciclo “Teatro e Arquitectura”, o que os seus responsáveis se propõem é “analisar um esforço conjunto sem precedentes, realizado na última década, de renovação ou construção de teatros como parte da rede nacional de teatros e cine-teatros”, um esforço que “deu origem a um conjunto de edifícios notáveis, seja na requalificação, seja na concepção de raiz, seja ainda nas formas de implantação no espaço urbano envolvente”. De acordo com Carlos Antunes e Manuel Portela, “o objectivo deste pequeno ciclo de exposições é chamar a atenção para alguns destes projectos arquitectónicos, contextualizando-os nos usos decorrentes das actividades que neles têm lugar”.

Em cada exposição do ciclo está prevista, para além da exposição monográfica sobre o edifício em análise, uma conferência do autor do projecto seguida de uma mesa-redonda com a participação de arquitectos e programadores, e uma visita à obra. A exposição monográfica sobre os edifícios ocupará preferencialmente o café-teatro do TAGV e será constituída por maquetas dos edifícios e painéis com desenhos técnicos e fotografias da obra.

Para a primeira parte do ciclo “Arquitectura e Teatro” – que terá continuidade na temporada 2008/2009 –, Carlos Antunes e Manuel Portela seleccionaram quatro edifícios de escalas e significados diferentes, “e cuja qualidade arquitectónica não oferece dúvida”: a remodelação do teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho, da autoria do arquitecto José António Bandeirinha, o Teatro Municipal da Guarda, de Carlos Veloso, o Teatro Municipal de Almada, de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, e o Centro Cultural do Cartaxo, de Diogo Burnay e Cristina Veríssimo.

Lídia Pereira, As Beiras, 8 Janeiro 2008.

06 janeiro 2008

O Fazedor de Teatro (4 Jan 2008)

[Arquivo-TAGV]





O Fazedor de Teatro, de Thomas Bernhard, com encenação de Pedro Malacas. Co-produção TEUC e Camaleão. Interpretação de António Mortágua, Ana Beirão, Filipa Freitas, Helena Faria, José Geraldo, Marlise Gaspar e Nuno Geraldo. Fotos de Celestino Gomes.

04 janeiro 2008

Claustrofobia “Made In Usa”

[Notícia-TAGV]



BUG, de William Friedkin [EUA, 2006, 102’, M/16]
TAGV, 07.01.2008, 21h30
Nova Programação de Cinema no TAGV

Poucos pensariam que William Friedkin ainda conseguisse publicar um filme de terror que arrebatasse. No entanto, o realizador de «O Exorcista» continua apostado em realizar obras diferentes. Em «Bug» consegue captar o sentimento claustrofóbico da peça original de Tracy Letts, recorrendo a cenários exíguos e a um grande esforço por parte dos actores, principalmente Ashley Judd e Michael Shannon. Quanto à história, deve divulgar-se o menos possível, bastando aos possíveis espectadores saber que a realidade é alterada, manipulada e sua intensidade aumentada para níveis que estão longe do mero entretenimento.

01 janeiro 2008

Janeiro 2008

[Arquivo-TAGV]

Agenda mensal TAGV, nova série. Design de Joana Monteiro.

O reflexo mensal dos critérios de estruturação da temporada é muito evidente no mês de Janeiro. O ano abre com uma co-produção TEUC-Camaleão: O Fazedor de Teatro, de Thomas Bernhard, com encenação de Pedro Malacas, programada no âmbito da política de apoio à criação teatral local. Estreia-se o ciclo «Segundas TAGV», que passará a apresentar novos filmes da temporada sempre à segunda-feira. Os primeiros quatro filmes são: Bug, de William Friedkin; A Morte do Sr. Lazarescu, de Cristi Puiu; Morte num Funeral, de Frank Oz; e Control, de Anton Corbijn. É retomado o ciclo «Senses», dedicado à música electrónica e aos novos média. Depois de Tim Hecker, que acolhemos em Outubro passado, recebemos Mika Vainio. É retomado também o ciclo «A Cor do Som», com o pianista João Paulo Santos e o violinista Bruno Monteiro. Refira-se ainda a presença do Grupo Instrumental de Sopros de Coimbra. O ciclo «DOC TAGV/FEUC» exibe mais três documentários sobre o trabalho no mundo actual: L’emploi du temps (2001), Metaleurop: les naufrageurs démasqués (2003) e GLENCORE: la multinationale des flibustiers de l'économie (2004). No âmbito do Serviço Educativo, prossegue o ciclo de sensibilização para a música «Intervalo TAGV», e acolhemos a última produção de teatro para a infância do Trigo Limpo-Teatro ACERT, Andar nas Nuvens. No Café-Teatro prossegue o ciclo «Os Livros Ardem Mal», com a presença de Joaquim Furtado, e tem início a programação do novo ciclo de exposições e mesas-redondas «Teatro e Arquitectura». Por último, a transmissão em directo do Teatro Nacional de São Carlos da estreia mundial da ópera Das Märchen, de Emmanuel Nunes, concretiza uma das formas de colaboração inter-institucional em curso. Visto assim o conjunto programação, é quase como se nada tivesse sido confiado ao acaso neste mês. E o TAGV pudesse reconhecer-se no seu próprio acrónimo.
MP