Ciclo SENSES na Revista MACA
Música Electrónica Viva em Coimbra
Senses 2 . Ciclo de Música Electrónica e Multimédia
TAGV. Programação Afonso Macedo
Álvaro Mendes & Henrique Testa Vicente
Revista MACA, Nº1 – Março, Abril, Maio de 2008
Teatro Académico de Gil Vicente
Música Electrónica Viva em Coimbra
Senses 2 . Ciclo de Música Electrónica e Multimédia
TAGV. Programação Afonso Macedo
Álvaro Mendes & Henrique Testa Vicente
Revista MACA, Nº1 – Março, Abril, Maio de 2008
Dias 21 e 25, 18h00
Samia de Philippe Faucon
[França, 2000, 1h09` filme legendado em português]
Sinopse: Samia têm 15 anos e vive nos arredores de Marselha. Sexta das oito filhas de uma família argelina tradicionalista. Samia sente-se sufocada sob o peso da moral repleta de crenças e tabus que ela respeita, mas não compartilha mais... Perseguida pelo seu fracasso escolar e obrigada a viver clandestinamente o seu primeiro amor, Samia descobre que terá de assumir sozinha as suas escolhas de vida.
Dias 21 e 25, 21h30
Quand tu descendras du ciel de Éric Guirado
[França, 2003, 1h35, filme legendado em português]
Sinopse: Desde que o pai morreu, Jérôme e a sua mãe esforçam-se bastante para manter a pequena fazenda da família. Na época do Natal, Jérôme decide mudar-se para a cidade à procura de emprego, onde fica por alguns meses e acaba por tornar-se amigo de La Chignole, um vagabundo desbocado.
Jérôme começa a trabalhar com Lucien na Câmara Municipal, enfeitando as árvores da cidade para o Natal. Mas, o trabalho começa a ficar complicado quando lhe é dada outra função: limpar a cidade dos mendigos e vagabundos para as festas de fim de ano. Jérôme continua a acatar as ordens de Lucien, até que um dia descobre que entre os vagabundos está La Chignole, o seu amigo.
Dias 22 e 26, 18h00
Wesh, Wesh, qu’est ce qui se passe? de Rabah Ameur-Zaimèche
[França, 2002, 1h23, M/ 12, filme legendado em português]
Sinopse: Após ter cumprido uma dupla sentença na prisão, Kamel volta para o seu bairro, Cité des Bosquets, e com a ajuda da sua família tenta reintegrar-se na sociedade e no mundo do trabalho. O filme mostra a revolta dos jovens com a ruptura da comunidade do bairro, vista através dos olhos do jovem Kamel, que se sente impotente perante tal situação.
Dias 22 e 26, 21h30
Voisins, Voisines de Malik Chibane
[França, 2005, 1h20, filme legendado em português]
Sinopse: Nos subúrbios de Paris, os moradores de um prédio recebem um novo porteiro chamado Paco, que chega juntamente com um novo morador, cantor de rap. O novo vizinho está sem inspiração para compor o seu novo rap e tem apenas três dias para terminar a sua nova obra, caso contrário, bem pode esquecer o contrato com a editora. Ideias? Letras? Melodia? O rapper desesperado canta, escreve, compõe, observa... Por que não tentar encontrar a fonte de inspiração no seu novo prédio? A partir de então, o condomínio transforma-se no cenário de uma fábula Hip-Hop e o rapper torna-se no génio do destino dos seus vizinhos.
Depois do encerramento do 16º Curtas Vila do Conde, o Festival prossegue com extensões a outros pontos do país, entre eles Coimbra onde, no TAGV, será possível assistir a uma selecção dos filmes premiados nas secções nacional e internacional.
Programa do 16º Curtas Vila do Conde no TAGV, dia 18 de Julho de 2008:
[OS FILMES ESTRANGEIROS NÃO SÃO LEGENDADOS EM PORTUGUÊS]
SESSÃO DAS 18H00
[Irlanda, ANI, 2008,12´30’’]
Prémio Melhor Animação
Sinopse: RGBXYZ foi descoberto nos finais de 2007 quando um jardineiro acidentalmente encontrou um disco duro enterrado algures na Europa Central. O disco duro rapidamente foi ter às mãos do cineasta David O'Reilly, que distribuiu o conteúdo pela Internet. O que parecia um disparate incompreensível era afinal uma história sincera de perda e aventura na grande cidade. Cinco episódios espalhados pelos quatro cantos da Internet são eventualmente combinados para produzir a mais enigmática obra de animação que alguma vez foi feita num computador.
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Prémio Melhor Filme da Competição Nacional (Prémio Tobis e BPI) e Prémio do Público
Sinopse: Ele é mineiro, todos os dias se lava no rio para tentar tirar aquela vida da pele e deixar-se ir com a corrente do rio. Ela sonha também, mas está presa. Estão todos presos por uma corrente. São dominados pela força da montanha. É de lá que saem todos os dias e é para lá que regressam. À noite encontram-se no único sítio possível. Todos a desejam. Todos sobrevivem. Um dia a corrente parte-se.
[Índia, FIC/DOC, 2007, 14´]
Prémio Melhor Documentário
Sinopse: Um olhar frio sobre um dia normal na vida de uma família que está longe de ser normal. A mãe cozinha, o pai distribui jornais e o filho lê o jornal com a ajuda de uma lupa que segura com os pés.
[França, FIC, 2008, 30’]
Prémio RTP2 Onda Curta
Sinopse: Uma noite em Maio de 1968, a estudante do secundário Isabelle chega a casa abalada. Os pais, preocupados, decidem levá-la para o campo tentando escapar aos distúrbios de Paris. No dia seguinte, Isabelle está desesperada para regressar a Paris. Apesar de ainda não o saber, ela está a caminho de um lugar completamente diferente.
SESSÃO DAS 21H30
[Portugal, ANI/EXP, 2007, 3’50’’]
Prémio Take One!
Sinopse: Annual Report é uma compilação de ideias, um arquivo de dados e informações pessoais e surge como uma soma de planos cada um dedicado a um assunto. Esta “life changing” pretende debruçar-se sobre as consequências da cultura digital a um nível de comportamentos, vocabulário, tempo e espaço. É o resultado de uma pequena obsessão, que contabiliza gastos e actos. Funciona assim como um diário técnico e exacto de e para a cultura digital.
[EUA, FIC, 2007, 22’]
Prémio Melhor Ficção
Sinopse: Um casal de reformados de classe media faz um passeio no parque para desfrutar de uma piquenique. A serenidade de uma refeição íntima na natureza é destruída pelo aparecimento de uma mimo consternado que foge de uma misteriosa ameaça. Enquanto o mimo explica o seu drama através de uma elaborada performance, o homem e a mulher aborrecem-se e ficam indiferentes, limitando-se a esperar pelo momento de pagar ao “artista de rua” e irem-se embora. Os seus esforços fracassam. Antes que consigam escapar, passam de espectadores inactivos a participantes contrariados num crime imaginário que expões mistérios perturbadores sobre performance, empenho e violência.
[Brasil, FIC, 2008, 18’]
Grande Prémio “Cidade de Vila do Conde” e Melhor Filme da Competição Internacional
Sinopse: A alma no vácuo, o deserto em expansão.
GENGIS ENTRE OS PIGMEUS
De Gregory Motton
Enc. Pedro Marques
Int. Dinarte Branco, Teresa Sobral, Inês Nogueira, Pedro Marques e Teresa Tavares
Classificação: 3,5/5 [Culturgest, 5 de Julho 2008]
Segundo momento de uma trilogia dedicada ao consumismo (iniciada com Gato e Rato (Carneiros), de 1995, e concluída com Férias ao sol, de 2003), Gengis entre os Pigmeus (de 2002) é uma verrinosa alegoria para os tempos modernos. Aqui destilam-se, num humor corrosivo, muitas das marcas registadas dos últimos anos: os totalitarismos encobertos, o namoro entre a publicidade e a política, a crescente exploração da mão-de-obra barata, a manipulação das massas, a solidão virtual, enfim, aquilo que é o dia-a-dia da civilização ocidental (ainda que o principal referente seja aqui a Inglaterra).
O texto de Motton trata da (segunda) ascenção e queda de Gengis (Dinarte Branco), um pobre merceeiro londrino que reencarna Gengis Khan. Trata-se de um Ubu doméstico, um ditador chaplinesco que descobre no capitalismo a via do poder. Com efeito, a premissa para o desvario que se sucederá é desde logo enunciada nas réplicas iniciais: "Queres as boas notícias ou as más notícias primeiro?, pergunta a Titi. A boa notícia é que a pena capital foi abolida, a má é que o capitalismo acabou de ser prorrogado... para sempre.". E a partir daqui está aberto o trilho para satirizar o mundo que Motton conhecia em 2002 e para o que conhecemos hoje, estranhamente anunciado nesta distopia: ainda reconhecemos Blair, Bush, Bin Laden e companhia.
Curiosamente, Gengis surge com uma camisola de futebol, com as cores da selecção argentina, com a marca adidas e com o número 10 nas costas. É, portanto, a camisola de Maradona, um dos ícones mais polissémicos de sempre. Uma figura que também convoca a publicidade, o entusiasmo das massas, o excesso - no consumo de drogas, o contra-poder - na ligação a Cuba, e que até se tornou Deus da singular religião Maradonista. Assim, criando esta particular mitologia, o feérico imaginário de Motton é (brilhantemente) traduzido por Pedro Marques e Luís Louro (cenário e figurinos), convocando vários elementos do quotidiano (pelo palco há também dois frigoríficos, uma máquina de lavar roupa e um computador) mas sabendo-lhes revelar a dimensão simbólica que evocam (ocultam?). Resulta isto num espectáculo de grande densidade mas que sabe manter um tom de ligeireza e humor, o que só vem agudizar o tom de comédia de ameaça que o texto contém. Há contudo, algumas zonas mais desequilibradas na medida em que por vezes o espectáculo parece simplesmente não progredir (talvez isto se explique pela redundância de alguma cenas): faltaria, talvez, libertar o espectáculo do seu exigente ritmo de exposição-conclusão, para deixá-lo correr mais livremente, sobretudo a partir das cenas da guerra comercial com os EUA e à medida que a sequência narrativa se torna mais elíptica.
Teresa Sobral (Tio) e Inês Nogueira (Titi) são os comparsas-assessores que vão manipulando Gengis. As actrizes compõem, com rigor, estas duas figuras, reminiscentes de Didi e Gogo de Beckett ou de um Bucha e Estica. Pedro Marques e Teresa Tavares compõem as restantes figuras necessárias à epopeia de Gengis, com recortes seguros. De resto, Dinarte Branco é magistral. Sabe aliar um tom, por vezes, pueril, a um certo grau de descontrolo cómico e, quando se torna necessário, a um registo brutalmente poético. (E a maneira como este actor ataca as palavras ainda haverá de ser estudada: parte as palavras e parte-nos o coração.)"
Rui Pina Coelho, Público, 08.07.2008
[Arquivo-TAGV]
Nuno Reis, http://antestreia.blogspot.com
Thomas Koré é um fotógrafo francês que percorre o mundo à procura de experiências extremas. Na Jordânia, o seu caminho cruza-se com o de Fouad Saleh, um estranho homem com uma enevoada memória, em fuga há anos sem saber exactamente de quê. Na tentativa de descobrir a sua história, Thomas continua viagem com ele, efectuando um percurso pelo Oriente, cheio de perigos e proibições, que os levará pela Síria, Jordânia e Líbano.
Didier Peron, Libération, 19.09.2007