30 setembro 2008
29 setembro 2008
Mais Joy Division
[EUA/GB, 2007, Cores, 93’, M/12]
Cinema no TAGV, 29 de Setembro de 2008
O documentário conta, entre outros, com testemunhos de Anton Corbijn (o célebre fotógrafo e realizador da biografia ficcionada de Ian Curtis, «Control») Tony Wilson (antigo director da Factory Records, entretanto falecido), do "designer" Peter Saville e de Annik Honoré, jornalista belga e ex-amante de Curtis. Inclui ainda material de arquivo inédito, fotos pessoais e gravações recém-descobertas, além, claro, de muita música e actuações ao vivo.
Entrevistar Peter Hook, Stephen Morris e Bernard Sumner, isto é, os sobreviventes dos Joy Division. Percorrer as memórias da banda, revisitar Manchester em finais dos anos 70, refazer o luto pela vida breve de Ian Curtis (personagem central do magnífico «Control», de Anton Corbjin). Enfim, adicionar a tudo isso muitos materiais da época, em particular registos ao vivo...
Poderia ser o programa de um rotineiro "artes & letras" mais ou menos televisivo. Mas não. Sob a direcção de Grant Gee, o filme «Joy Division» é um exemplo brilhante de como, mesmo a mais tradicional estratégia documental pode gerar um objecto de grande riqueza narrativa e fortíssimo poder evocativo e emocional. Que é como quem diz: o documentário britânico continua de boa saúde, e recomenda-se.
JOÃO LOPES, http://www.sound--vision.blogspot.com
26 setembro 2008
24 setembro 2008
Entrevista de Isabel Nobre Vargues ao Diário de Coimbra (24 SET 2008)
Isabel Nobre Vargues © Ferreira Santos/DC
Entrevista de Bruno Vicente, publicada no Diário de Coimbra, em 24 de Setembro de 2008
A professora da Faculdade de Letras, Isabel Nobre Vargues, admite que foi a primeira a ficar surpreendida com a escolha do reitor. Mas considera que, «apesar de não ser uma pessoa ligada ao teatro, cinema ou música», pode ter uma «visão de fora» que trará vantagens à gestão do Teatro Académico Gil Vicente.
“Houve uma surpresa geral pela minha nomeação para directora do TAGV”
Diário de Coimbra Ficou surpreendida por o reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, a ter escolhido para nova directora do TAGV?
Isabel Vargues Sim, fiquei muito surpreendida. O senhor reitor disse-me que gostaria muito de falar comigo, mas nunca pensei que fosse sobre o TAGV. Pensei que fosse sobre algo que tivesse a ver com jornalismo. Mais tarde falei duas vezes com o senhor reitor, uma das vezes revelando-lhe a minha estranheza de ser nomeada. Mas ele disse-me que reconhecia em mim capacidade e mérito cultural e acabei por perceber porque me tinha escolhido. Não sendo eu uma pessoa ligada ao teatro, ao cinema ou à música, posso ter uma visão de fora. E olhar de fora pode ser bom.
DC Não foi só a Isabel Vargues a estranhar a nomeação. Os agentes culturais de Coimbra também não esperavam que fosse a escolhida.
IV A verdade é que houve uma surpresa geral pela escolha que o senhor reitor fez. Vi algumas caras de incerteza, de dúvida. Mas confesso que não liguei muito a isso, até porque também tive o apoio de alguns colegas, como o António Pedro Pita e o Abílio Hernandez.
DC Num contexto adverso, e tendo em conta que o lugar de director do TAGV é considerado um “assento quente”, com um historial recente de pedidos de demissão e problemas financeiros, não teve receio de aceitar o cargo?
IV Tive. Mas o TAGV tem uma equipa com pessoas em funções há muitos anos. E antes as instituições tomavam decisões sem pensar na gestão financeira concreta. Hoje é diferente. Em relação ao antigo director, Manuel Portela, acho que a demissão dele não soube bem, foi abrupta, apesar do pedido de demissão ter sido entregue em Março. Penso que fez um bom trabalho. É uma pessoa culta e inteligente.
DC Partiu Manuel Portela, mas mantém-se Francisco Paz, director-adjunto. Até que ponto pode ser positivo para a adaptação da Isabel Vargues ao novo cargo?
IV O Francisco Paz é importante para fazer a transição, pois a nível de contactos já sabe a quem dirigir-se. Não o conhecia pessoalmente.
DC Iniciou funções a 2 de Setembro. Em que estado encontrou o TAGV?
IV Era o que esperava, um edifício bonito. Precisa de alguma reparação, já comecei a ver se consigo apoios para o material que precisa de ser reestruturado, já a pensar no aniversário dos 50 anos. Uma parte do arquivo desapareceu e logo a parte referente à sessão de inauguração. Vamos ter que fazer pesquisa nos jornais regionais da época, é uma memória importante que não queremos perder.
DC Está, naturalmente, na fase de conhecer os cantos à casa. Já tomou pulso aos recursos humanos disponíveis?
IV Quando iniciei funções fizemos logo a primeira reunião de grupo, do carpinteiro ao director. Ficou prometida pelo menos uma reunião mensal com todo o corpo do Gil Vicente. Nesta altura estou a começar a conhecer as pessoas e a dar-lhes a visibilidade que merecem. Há aqui pessoas que fazem já o seu melhor, outras ainda podem fazer mais. É gente muito jovem na maior parte dos casos, com perspectivas que têm que ser incentivadas. Mas existem dificuldades. A parte administrativa tem um único funcionário, se ele falta, se está de férias ou se fica doente, e se nesse dia for preciso fazer um pagamento, não ficamos bem. A verdade é que nesta altura não podemos meter mais nenhum funcionário.
DC Então a situação financeira do TAGV continua complicada. A nova Fundação Cultural da Universidade de Coimbra vai, de facto, facilitar a aquisição de apoios?
IV A questão financeira é importantíssima. Há a situação de desagrado de chegar e haver dívidas para pagar. A receita de bilheteira não é muito grande e a despesa de funcionamento é grande. Com a Fundação podemos ter acesso a outras fontes de financiamento. O que acontecia era que o Ministério da Cultura não apoiava o TAGV por ser da universidade e esperava que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior o fizesse. É o jogo do empurra. Eu já fiz uma pesquisa de relatórios e vi que agora é possível chegar a novos apoios, até para a restauração. Há que pedi-los. O Gil Vicente não tem que ter medo de quem nos quer ajudar, seja com patrocínios ou alto patrocínios. Também estou actualmente a elaborar cartas para enviar aos mecenas. E depois há as empresas, a quem também temos que ir bater à porta.
DC Que novidades pretende implementar no TAGV?
IV Quero tornar os cartazes dos expositores mais ricos e com informação mais dinâmica, colocando-os em dois ou três pontos da cidade. Vamos estabelecer parcerias com a imprensa regional e colocar o nosso património em exposição. A nossa página na Internet também vai ter que ser melhorada.
DC E a nível de programação?
IV A nossa tendência, quando chegamos a um lugar, é fazer diferente dos outros. Mas isso só tem lógica se for para o trabalho ser melhorado. Por isso vou tentar manter algumas iniciativas que já existiam, como “Os livros ardem mal”. Mas dia 1 de Outubro vamos ter o concerto do dia da Música, que não estava agendado pelo Manuel Portela. É importante manter este elo, que só se quebrou por dificuldades orçamentais, creio.
DC As parcerias com outras entidades vão ter muita importância para o programa cultural?
IV Sim. Estamos a começar a agendar ciclos. A programação para Novembro já está fechada, mas vamos tentar fazer uma programação a médio prazo. Tenho o projecto de fazer encontros temáticos, que liguem o cinema com a história ou o cinema com o jornalismo, por exemplo. Existe também uma oferta da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra em parceria com o Centro de Estudos Sociais, que já vem do passado e que pode reunir convidados, comentadores e oradores importantes. É sobre temas como a economia mundial e os paraísos fiscais. Vamos analisar um protocolo com a Cinemateca Portuguesa. Queremos um encontro sobre o movimento cineclubista do nosso país. Vamos ter colóquios de todas as faculdades. Estamos abertos a propostas que possam fazer, mas com um programador cultural não podemos aceitar tudo. Temos ainda a Semana Cultural, que este ano tem o tema “Velocidade e movimento”. O Francisco Paz já está a marcar reuniões.
DC O sucesso do programa cultural depende muito da adesão por parte do público. Que medidas vão ser tomadas nesta área?
IV Já falei com o programador cultural do TAGV sobre isso. A ideia é atrair mais pessoas, jovens e menos jovens, o que passa pela questão de tornar acessível o preço do bilhete. Queremos tornar Coimbra algo mais apetecível para as pessoas da Região Centro. Mas existe alguma ignorância, e falo por mim também, em relação a alguns espectáculos. Podemos ter o desejo de encher a sala, mas às vezes as pessoas ficam em casa. Um amigo contou-me que esteve três horas em Paris à espera de comprar bilhete para um espectáculo. Esse espectáculo veio a Coimbra e a sala estava vazia!
DC O TAGV tem uma relação saudável com a Câmara Municipal de Coimbra e outras instituições importantes da Região Centro?
IV Sim. Já tive uma reunião com o presidente da câmara. Fomos bem recebidos. Falámos sobre as situações que nos preocupam. A relação institucional teve início e vou fazer o meu melhor na ligação com a autarquia. Também aguardamos reunião com a Direcção Regional de Educação do Centro e com a Direcção Regional da Cultura do Centro. Estamos em fase de contactos com a AAC e com os Antigos Estudantes da UC. Não esquecemos que a segunda gala dos Antigos Estudantes foi muito acarinhada.
DC Organizar um espaço cultural como o TAGV, geri-lo financeiramente e desenvolver parcerias consome muito tempo. A nível profissional vai ter que abdicar de alguma coisa?
IV Não vou deixar de dar aulas. Mas de facto tenho uma grande carga lectiva. Tenho que fazer provas de agregação e há relatórios de carreira a fazer este ano. Eventualmente deixarei alguns cargos de responsabilidade que possuo, talvez na Comissão Científica do Grupo de Jornalismo. Vamos tentar que a minha carreira universitária e o TAGV sejam coisas conciliáveis.
18 setembro 2008
O génio de Rembrandt
[Can, Fra, Ale, Pol, Hol, Grã-Bretanha, 2007, 134’, M/12]
Cinema no TAGV, 22 de Setembro de 2008, 21h30m
Jorge Mourinha, Público
15 setembro 2008
12 setembro 2008
Um grande filme francês
[Arquivo-TAGV]
[França, 2007, 151’, M/12]
Cinema no TAGV, 15 de Setembro de 2008, 21h30m
SERGE KAGANSKI, Les Inrockuptibles
02 setembro 2008
FANTASPORTO no TAGV
FANTASPORTO no TAGV
De 9 a 12 de Setembro`08, 21h30
Dia 9
A TRUNFA de Bill Plympton
[EUA, 2004, 77', M/16]
Prémio Carreira Fantasporto 2006
Selecção Oficial Première & Panorama 2006
Sinopse: O mais recente filme do rei da animação truculenta, Bill Plympton, é uma história próxima do universo de Stephen King, sobretudo de “Carrie”. Mas o tom é de comédia de terror gótico, em ambiente estudantil.
Cherri e Rod são os mais populares do Liceu. Snud, o caloiro, inadvertidamente desafia o seu poder. Como castigo pela sua ousadia é condenado a tornar-se “escravo” de Cherri. Um ódio recíproco tão intenso entre os dois que só pode terminar num grande amor. Cherri, a Rainha, prepara-se mesmo para levar o caloiro ao Baile dos Finalistas. Ofendido no seu orgulho, Rod persegue-os de carro e eles despistam-se no lago. Cherri vai vingar-se. Se a Rainha não pode estar presente no Baile, uma maldição vai aterrorizar os finalistas com pragas de aranhas, cobras, lagartos e demais bicharada. Os nossos medos invadem o écran, num delírio visual à Plympton.
Dia 10
O ÚLTIMO FILME DE TERROR de Julian Richards
[Reino Unido, 2003, 80', M/18]
Sinopse: Max Perry faz vídeos de casamentos e, nos tempos livres, filma os assassinatos que comete, com a ajuda de um tímido assistente. O “serial killer” quer fazer o filme perfeito, não um manual para crimes banais, mas um manual para todos os crimes.
Max Perry usa um clube de vídeo para obter o que procura. O que começa por ser um filme para adolescentes, acaba numa perturbante viagem à mente de um assassino.
Dia 11
VINZENT de Ayassi
[Alemanha, 2004, 95', M/16]
Sinopse: Perturbador e demencial como o cinema de David Lynch, de um realismo mágico como os pesadelos de infância, num universo visual digno de Kafka, “Vinzent” é um thriller gótico, intenso e tecnicamente inovador.
Vinzent é um homem à beira de um ataque de nervos. A sua namorada desapareceu misteriosamente e a sua procura ameaça conduzi-lo à paranóia. O estranho edifício onde ele ouve os seus gritos, é um labirinto de corredores escuros e escadas retorcidas. Os bizarros moradores têm um ar paranóico e sinistro. Estamos numa dimensão onde tudo é possível, mas nada tem lógico. Onde as memórias ecoam como gritos e a razão produz monstros. A realidade é um pesadelo sem fim e a loucura é tão normal nesse universo, que só a normalidade é perigosa.
Dia 12
A HISTÓRIA DE DUAS IRMÃS de Kim Jee- Woon
[Coreia do Sul, 2003, 115', M/16]
Prémio Júri Internacional Fantasporto 2005
Prémio Orient Express Fantasporto 2005
Sinopse: Uma família, aparentemente normal esconde terríveis segredos. A madrasta, Eun-Joo, dá as boas vindas às enteadas, Su-mi e Su-yeon, que acabam de regressar a casa depois de uma curta estadia numa instituição psiquiátrica. A irmã mais velha, Su-mi, evita até o olhar da madrasta, enquanto Su-yeon, a irmã mais nova, mostra muito medo de ser tocada por Eun-Joo. Mas a vida naquela casa não vai ser fácil. Na manhã a seguir à chegada, uma das irmãs vê o fantasma de sua mãe enforcando-se no quarto da pequena Su-yeon. Desde esse dia começam a acontecer coisas estranhas no seio daquela família. Uma alma penada passeia-se pela casa e os adorados pássaros da madrasta aparecem mortos. Eun-Joo culpa a irmã mais velha e, por isso, fecha-a num armário. O domínio da madrasta parece total.
produção TAGV preço normal 4,50€ preço estudante 3,50€