Cia. Paulo Ribeiro apresenta 'Paisagens...onde o negro é cor" [4 FEV 2011]
Companhia Paulo Ribeiro apresenta 'Paisagens...onde o negro é cor'
TAGV, 4 de Fevereiro de 2011, 21h30
concepção, coreografia e direcção Paulo Ribeiro
co-criação (solos) Romulus Neagu (Lisboa), Leonor Keil (Torres Novas, Porto, Coimbra), Peter Michael Dietz (Viseu)
cenografia João Mendes Ribeiro
desenho de luz Cristóvão Cunha
guarda-roupa Paulo Ribeiro, Leonor Keil
montagem musical Paulo Ribeiro a partir de canções/músicas de Zeca Medeiros, Riccardo Nova, Jesús Rueda (interpretada por Drumming – Grupo de Percussão), Vítor Rua, Ute Lemper, Teresa Lopes da Silva, Luís Madureira
interpretação Eliana Campos, Gonçalo Lobato, Leonor Keil, Peter Michael Dietz, Rita Omar, Romulus Neagu
produção Companhia Paulo Ribeiro em co-produção com Teatro Viriato (Viseu), Centro Cultural de Belém (Lisboa), A Oficina / Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), Teatro Micaelense (Ponta Delgada), Teatro-Cine de Torres Vedras, Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra), Teatro Virgínia (Torres Novas), Teatro Aveirense (Aveiro), TNSJ (Porto)
duração aproximada 70 minutos
classificação etária M/12 anos
Sobre o projecto
Todas as viagens têm uma grande parte de imponderável, é isso que as torna fascinantes. O projecto inicial – dedicar um solo a cada uma das nove cidades parceiras – rapidamente ganhou uma personalidade própria. No início, andámos sequiosos de informação, recolhemos histórias e sensações exaustivamente ao longo dos dias de residência. Apercebemo-nos de que era impossível sintetizar tanta riqueza, tantos encontros, tantas histórias num curto solo de dez minutos. Optámos então por um tempo de passagem mais curto, mais breve, onde deveríamos detectar um ou mais elementos flagrantes que seriam então o motor da composição coreográfca.
Cada cidade ficou ancorada num subtítulo que passou a ser um elemento da paisagem. Assim, acabei por compor uma peça que, para além das cidades, é uma obra sobre o país. Não existem ilustrações óbvias, existe sim um ritmo, uma dinâmica, uma ocupação do corpo e do espaço que, do meu ponto de vista, nos caracteriza.
O resto é uma coreografia que será sempre única, porque em cada cidade é diferente. O solo, ou dueto, que pertence à cidade estará sempre em palco sem outras interferências. É o único momento em que mais nada acontece. Desta forma construímos uma peça sempre mutável, porque alterando o solo somos obrigados a alterar grande parte da coreografa que ficou para trás.
É um desafio muito complexo que decidimos enfrentar, assumindo de forma metafórica a nossa natureza dinâmica, com um leve piscar de olho a coreógrafos que nos deixaram no ano passado, mas dos quais somos todos um pouco herdeiros. (...)
PAULO RIBEIRO